Declaração Condenando a Violência e Chamando a Atenção para a Crise de Fome no Haiti
O ParlAmericas e a Frente Parlamentar contra a Fome da América Latina e do Caribe condena veementemente a violência contínua que está sendo perpetrada por gangues criminosas contra o povo do Haiti, chamando a atenção com urgência para os relatórios da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Programa Mundial de Alimentos (PMA), os quais destacam que o Haiti está em risco de fome, com cerca de metade da população sofrendo de insegurança alimentar aguda.
A violência de gangues e seu controle das cadeias de suprimentos exacerbaram a crise econômica no Haiti, marcada pela inflação dos preços dos alimentos. As populações expostas a riscos de violência de gangue nos bairros de Porto Príncipe e áreas vizinhas de produção de alimentos estão tendo dificuldade para ganhar a vida e obter acesso a produtos alimentícios. Grupos de ajuda humanitária alertam que a fome também está sendo usada como arma coercitiva. De acordo com a Organização Internacional para a Migração (OIM), o número de pessoas deslocadas no Haiti subiu de 362.000 para mais de 578.000 no último trimestre.
A violência de gangues se soma a desafios agrícolas, incluindo os últimos anos de secas e enchentes agravados pela mudança climática e desmatamento. A ONU sinaliza que a temporada de furacões também deverá ser mais severa devido ao fenômeno climático La Niña, o que representa outra possível ameaça à segurança alimentar.
O ParlAmericas e a Frente Parlamentar contra a Fome da América Latina e do Caribe reconhece os recentes acontecimentos políticos, incluindo a publicação de decretos sobre a nomeação de um novo primeiro-ministro interino em 29 de maio de 2024 e de um gabinete interino em 11 de junho de 2024 pelo Conselho Presidencial de Transição formado em abril de 2024.
O ParlAmericas e a Frente Parlamentar contra a Fome da América Latina e do Caribe ressalta a importância de assegurar que a assistência internacional ao Haiti tenha como base os princípios dos direitos humanos e apela para que os esforços de ajuda humanitária também apoiem a estabilidade e a resiliência de longo prazo da economia alimentar do país.