Home Highlights 2025 Explorando os impactos ambientais e sociais da IA: Um diálogo regional sobre governança inclusiva e sustentável

Explorando os impactos ambientais e sociais da IA: Um diálogo regional sobre governança inclusiva e sustentável

25 de abril de 2025 | Atividade

A inteligência artificial (IA) está transformando as ferramentas e estratégias utilizadas para enfrentar os desafios climáticos e ambientais. Para analisar tanto os potenciais como os riscos já existentes dessas tecnologias, a Rede Parlamentar sobre Mudanças Climáticas e Sustentabilidade do ParlAmericas (RPMCS) e a Rede de Funcionárias e Funcionários Parlamentares sobre Mudanças Climáticas e Sustentabilidade coorganizaram a reunião virtual IA e o meio ambiente: Impactos e inovação, que reuniu parlamentares, pessoal parlamentar e especialistas internacionais das Américas e do Caribe.

A reunião, parte da série de sessões virtuais pré-COP30 do ParlAmericas, abordou como a IA está moldando a formulação de políticas ambientais e sociais. Os debates reconheceram a IA como uma ferramenta útil para aprimorar a resposta a desastres em tempo real, apoiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e contribuir com avaliações de biodiversidade por meio de modelos de dados. Também foram destacados os impactos ambientais da IA, especialmente o aumento do uso de minerais, água e energia, caso não seja devidamente regulamentada.

A Senadora Rosa Galvez, do Canadá, Presidenta da RPMCS, abriu a sessão destacando que, embora a IA ofereça soluções promissoras para apoiar a ação climática, sua implementação deve ser cautelosa para garantir que seus benefícios cheguem às populações mais vulneráveis e que sua pegada ambiental seja abordada por meio de legislação e fiscalização.

Esses temas foram aprofundados em um painel de especialistas moderado pelo Deputado Rodrigo Goñi, Presidente da Comissão para o Futuro e membro da Bancada Digital do ParlAmericas. O painel apresentou recomendações para os parlamentos, como estratégias para aumentar a eficiência energética através do uso aprimorado de dados, como a privacidade diferencial, e a adoção de padrões uniformes que possibilitem uma regulação responsável da IA entre jurisdições. Também foi ressaltado o valor da mineração urbana com o reaproveitamento de materiais eletrônicos para recuperar minerais, reduzindo a necessidade de novas explorações. Defendeu-se ainda o apoio à mineração legal e supervisionada para proteger o meio ambiente, melhorar o acesso a recursos e mitigar conflitos associados à mineração ilegal.

As e os participantes alertaram que a América Latina deve legislar com cautela para não prejudicar a inovação nem excluir pequenos atores, considerando as disparidades existentes no desenvolvimento da IA em relação a outras regiões. Enfatizou-se a importância de adaptar projetos de IA aos contextos e necessidades regionais, incluindo dialetos e sotaques locais; fomentar alianças com as comunidades para promover o desenvolvimento inclusivo; adotar modelos de código aberto para reduzir barreiras financeiras para pequenos empreendimentos; e fortalecer a cooperação regional para evitar a fragmentação dos dados. Por fim, foram identificadas quatro estratégias-chave para o uso sustentável da IA nos parlamentos: práticas de dados ecológicos, contratos de nuvem sustentáveis, otimização local e auditorias ambientais da IA.

Uma sessão de diálogo, moderada pelo Deputado Juan Carlos Losada, da Colômbia, Co-Presidente da Bancada de Economia Verde do ParlAmericas, permitiu a troca de estratégias para integrar as dimensões ambiental e social na governança nacional da IA. As reflexões ressaltaram a necessidade de os parlamentos se manterem ágeis e atualizados diante do avanço tecnológico, bem como a importância de adotar marcos regulatórios responsáveis que promovam o bem-estar social e respeitem os limites ecológicos.

O evento também reconheceu a crescente relevância da intersecção entre IA, governança ambiental e segurança, especialmente à luz da próxima Cúpula das Américas, onde a segurança hídrica e energética será um dos temas centrais.

Em suas palavras finais, a Deputada Margarita Stolbizer, da Argentina, vice-presidenta para a América do Sul da RPMCS, fez referência ao Acordo de Escazú como instrumento essencial para garantir o acesso à informação pública, a participação cidadã e o desenvolvimento de mecanismos especializados de proteção dos direitos ambientais. Destacou que as tecnologias de IA oferecem oportunidades relevantes para fortalecer a transparência e a detecção precoce de problemas ambientais, reforçando os esforços regionais para enfrentar atividades ilícitas relacionadas à degradação ambiental e à infraestrutura digital.

Esta atividade foi realizada com o apoio do Governo do Canadá, por meio do seu Ministério de Assuntos Globais (Global Affairs Canada).